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Por vezes abro as "gavetas" que tenho nos meus arquivos particulares de minha casa. Há por cá muita coisa para retirar... Elas, as gavetas, são parte de minha vida e dedicação de ir reunindo o que estava a desparecer, na Embaixada de Portugal, em Banguecoque.
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Desde a sua fundação (1820) há 190 anos perderam-se imensos documentos históricos, ou pela falta de interesse de quem dirigiu a Feitoria, Legação, Consulado e depois Embaixada, pela humidade constante e a devoradora "formiga branca".
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Ora, embora, língua porca (fora do serviço do MNE) que paira, recentemente, por aí já me tenha difamado directamente e indirectamente, de sonegador de papeis e, sei lá, de que mais! Nunca vivi da história nem dela procurei dividendos.
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Tenho feito história por amor e não por interesse. As minhas gavetas sempre estiveram à disposição de quem as pretendeu abrir e copiar aquilo que melhor lhe possa servir para os seus trabalhos de investigação e levar com eles.
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Evidentemente que eu não vou levar comigo para a "cova" o que fui reunindo, nem o vou vender para comer uma "malga" de arroz, porque se viver até aos 100 anos tenho para me alimentar.
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Porém o material das minhas gavetas, voltará (as cópias que fui autorizado pelo Palácio das Necessidades) ao local de orígem, desde que o novo chefe-de-missão me garatir que o material será preservado em local, próprio e onde não esteja sujeito à devastação da formiga branca e da humidade.
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A Missão tem lugar, bastante, para isso e também terá a minha colaboração (gratuita) para organizar o arquivo, isto porque com 75 anos ainda não me apoio a uma bengala.
José Martins
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