Thursday, February 17, 2011
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Hoje dia 17 de Fevereiro de 2011, fui visitar a casa, em Banguecoque, o meu amigo "do peito" António Cambeta. O motivo da minha visita, além d
e lhe pagar a que fez a minha casa na noite de consoada, seria, também para me emprestar um livro, valioso, com imagens, antigas, sobre o Bairro Português de Santa Cruz, fundado em 1767, após a queda da segunda capital, Ayuthaya, do Reino do Sião. Não conhecia o livro, publicado em língua tailandesa.
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O meu amigo Cambeta, um residente na Ásia na proximidade de meio século e reformado de Oficial da Marinha de Macau, além dos vastos conhecimentos sobre o ex-território administrado por Portugal, sua história antiga e contemporânea é sem dúvida o português que mais tem viajado, e conhece e divulgado, melhor que ninguém do Norte ao Sul a Tailândia, suas belezas, seus templos budistas e quando sabe que algo de português lá está a investigar.
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O amigo Cambeta quando teve conhecimento que existia o Bairro Português de Santa Cruz, em Banguecoque, sem saber a sua localização, meteu-se, mais a esposa e três filhas, luso tailandesas, num táxi, em sua procura, foi encontrado, falou com residentes (Cambeta fala, lê e escreve chinês/cantonês, tailandês, inglês e como alentejano das quatro costelas, sabe contar umas quantas anedotas, saborosas, dos "compadres", da região de Évora de onde é natural.
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Um residente do Bairro de Santa Cruz ofereceu a Cambeta um livro que eu nunca consegui e conhecer quem o teria editado. Desejou oferecer-mo, não aceitei, porque livros preciosos nem se emprestam, nem se dão, mas desde logo lhe disse que iria digitalizar as imagens e fazer uma cópia do livro a preto e branco, para figurar na minha modesta biblioteca. (Blogue de António Cambeta: http://cambetabangkokmacau.blogspot.com/
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Durante quase 30 anos fui colhendo imagens daquele espaço, que fui guardando nos meus arquivos. Escrevi alguma coisa e peças minhas foram publicadas em jornais de quando eventos no bairro que entravam na linha, noticosa, da Lusa.
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Tenho apontamentos que fui guardando e os mantenho arquivados em cadernos. Mas que se entenda e bem por aí que eu nunca me debrucei sobre a história de Portugal na Tailândia em procura de mordomias, ser conhecido ou que tenha esmolado para comprar um filme, revelá-lo depois e vender imagens.
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Nada disso. Também nunca tive ambições de ser um especialista de pedir uns "trocos" para escrever um livro, por que perfil de académico não tenho e preferi, sempre, oferecer o que sabia aos académicos e eles que colhessem frutos do meu trabalho e informações.
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Sempre reneguei as mordomias e lamber ou polir a "botas" do poder. Mas já que falo em académicos, academias e seus afins, há sábios, também, entre os letrados, a sacanagem, que enveredam pelo caminho de historiadores, mas com outros objectivos, que nada têm a ver com história.
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Os sacanas, académicos (não são nada deuses) é de fugir deles a sete pés porque, alguns, já cedo trairam os que ajudaram e, sem escrúpulos, ainda mais, um que ajudei, o sentei à minha mesa, enchi-lhe a "pança" de comida e de vinho de quando já me tinha traído e viria a meter-me dentro de um
a intriga (a maior embutida na Embaixada de Portugal em Banguecoque desde fundada em 1820) que até merecia, por tão suja acção, umas valentes lambadas, com pau de marmeleiro, no costelado e perdiam-se aquelas que caissem no chão por falta de acerto.
.Por agora ainda é cedo para me pronunciar em cima das imagens inseridas nesta peça.
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Mais tarde dar-lhe-ei o relevo merecido, por que estas imagens muito me ajudarão ao meu trabalho de investigação.
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Certamente a minha idade não vai permitir, escrever uma obra, mas outros que venham, mais tarde e que vão à Siam Society procurar (da qual agremiação prestigiosa vocacionada para a cultura sou sócio há 23 anos, com o número 1842) a informação, por que todo o meu espólio de uns milhares de livros e documentos serão, muito próximamente, doados.
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Os livros e a história de uma comunidade, luso descendente, residente na Tailândia há 500 anos, não se vende, mas ofererece-se, com orgulho à Siam Society.
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Ou melhor: "só se vendem livros, se for necessário, para matar a fome ao proprietário, mas felizmente até que desta vida parte comida haverá para me alimentar, mulher e filha"
José Martins
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