Tuesday, March 08, 2011
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Mas vamos a 29 anos atrás e de quando o embaixador José Eduardo Mello Gouveia, foi acreditado como representante de Portugal no Reino da Tailândia, veio encontrar a embaixada num autêntico “pardieiro” com a residência, histórica e uma jóia rara da arquitectura, colonial portuguesa, a cair aos bocados e os terrenos, doados a Portugal pelo Rei Rama I, com uns barracões degradados, espaço de ratos e de cobras (foi encontrada uma jibóia de largo tamanho onde hoje se encontra a chancelaria), que tinham sido abandonados pelos arrendatários.
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Infelizmente poucos anos, depois, de se instalar com uma Feitoria (1820) iniciou a renda de parcelas de terreno a particulares, para os feitores sobreviverem, porque os Governos de Macau e Goa estavam-se nas “tintas” para manter a funcionar a Feitoria de Portugal no Reino do Sião em Banguecoque.
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Evidentemente que uns poucos de bons portugueses que pretenderam dar dignidade a Portugal neste Reino, foram envolvidos em estúpidas intrigas e que chefes de missão lhe deram ouvidos. Mas as intrigas na Embaixada de Portugal não são só de momento já o foram, pela má sina, a partir de 1820.
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Voltando à gerência do embaixador Mello Gouveia, que veio substituir o seu homólogo Renato Pinto Soares, em 1981, um diplomata incansável pretendeu dignificar o nome de Portugal e em 7 anos fez Obra que não foi continuada pelos representantes que o sucederam.
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Em 1981 Portugal não nadava em dinheiro e este não havia (como hoje o há, na missão, à “fartazana”) e teria que fazer milagres e conseguiu-os. Seriam numerosas páginas, escritas, se aqui fosse descrever a obra desse grande Homem que doou a Portugal na Tailândia.
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Mas onde eu quero chegar é que tem-se despejado dinheiro em saco roto mantiveram-se em Banguecoque, desde 1988, dois adidos culturais 6 leitores português que custaram centenas de milhares de euros e cujo resultados, até ao presente, não têm sido nenhuns.
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Em 1996 a leitora de português Joana de Vasconcelos, informou, o embaixador Mesquita de Brito (o chefe de missão de então) que viria, depois, a enviar um telegrama (batido nas teclas por mim) para as Necessidades que não valeria a pena manter o leitorado de português a funcionar em Banguecoque, porque, os poucos alunos que ensinava português, não justificava o despêndio.
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Ora com isto tem sido semeado dinheiro nas dunas de areia do deserto que não germina, pois na Tailândia não existem empresas portuguesas e as que houvera partiram há 11 anos, Quem aprende uma língua não é para a usar a fazer turismo, mas um investimento a olhar o futuro.
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Uma representação diplomática, acreditado em outro país é para vender o que o seu produz. E Portugal, na Tailândia, tem colocado o carro à frente dos bois, que em vez de investir na promoção do comércio, primeiro, usa-o na cultura.
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Não basta andar-se por aí levar a cabo “lóbies” a promover-se o que já fui publicado há muito e nada nos diz, enquando o comércio entre Portugal e a Tailândia segue pelas ruas da amargura, pelo total desinteresses dos chefes de missão.
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Pelo menos resta a esperança de que o novo chefe de missão (duvidamos que tenho tempo), acreditado recentemente, tenha olhos de ver e que faça algo para promover o comércio de Portugal na Tailândia.
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Se continuar como seus predecessores que foram floreiras de rosas mal-cheirosas, então estaremos de mal para pior e continuarmos a demagogia, barata, a enaltecermo-nos, com fanfarronices, como os primeiros europeus a chegar à Tailândia e a parte comercial (a que produz riqueza a Portugal) a desaparecer.
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Que não se tape o sol com uma peneira ou se atire com areia para os olhos dos outros.
José Martins
josegomes.martins@gmail.com