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Clique nas imagens para as aumentar ao tamanho natural, reproduzir com publicação autorizada pelo Embaixador Mello Gouveia
-A história destas fotografias, contada a mim pelo Embaixador Mello Gouveia. Em 1983, Mello-Gouveia deslocou-se a Rangoon a fim de ser acreditado, como embaixador não residente na Birmânia (o país ainda não tinha cambiado o nome para Myanmar) e como um interessado nato na investigação da presença de Portugal, teve conhecimento das ruínas da Catedral de Rangoon, que foi manda erigir pelo Felipe de Brito Nicote, que se entronizou rei do Pegu (princípios do século XVII). Porém o local estava interdito de ser visitado, dado ser local reservado e no sob solo existir petróleo. Guiado junto às ruínasconseguiu recolher as imagens, acima publicada, raras que fazem parte da curta presença de Portugal na Birmânia.
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Thursday, December 17, 2009
OS PORTUGUESES NA BIRMÂNIA
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Como anteriormente já inseri aqui visito, regularmente, o blogue http://combustoes.blogspot.com/ de Miguel Castelo Branco sobre o trabalho de investigação que vai levando a cabo em Banguecoque.
A sua última investigação: "O Puzzle da História Desconhecida dos Portugueses na Ásia" ( http://combustoes.blogspot.com/2009/12/o-puzzle-da-historia-desconhecida-dos.html ) e porque encontro distorção, histórica, recomendo a Miguel Castelo Branco que clique no endereço a seguir (http://portugalnatailandia.blogspot.com/2009/12/portugal-na-birmania.html ) onde encontrará informação escrita por mim, em 1995 e publicada no semanário "Notícias de Gouveia".
Um trabalho minucioso onde está descrito que os missionários portugueses entraram na Birmânia, por cerca de 1600. Em 1998, três anos depois de ter publicado o meu artigo, numa viagem que efectuei a Rangoon (capital da Birmância) visitei uma biblioteca pública e onde adquiri a obra "A History of Rangoon", por B.R. Pearn, publicada pela "American Baptista Mission Press" - Rangoon, em 1939 e onde na página 33, refere a Felipe de Brito Nicote, ter entrado na Birmânia em 1600 e com ele, como óbvio, os missionários portugueses.
Tenho nos meus arquivos fotográficos imagens cedidas pelo Embaixador Mello Gouveia, que tirou (1983) às ruínas da catedral de Rangoon, junto à embocadura do rio do mesmo nome que teria sido mandada construir por Felipe de Brito Nicote.
A presença lusa, com Felipe de Brito, na Birmânia foi curta e reverteu numa tragédia. No entanto, neste país viveu, depois, uma pequena comunidade portuguesa, cuja imagens também tenho de dois túmulos onde em duas lápides estão gravados os nomes portugueses.
Não deixo que referir ao Miguel Castelo Branco que não há nada desconhecido sobre a presença dos portugueses na Ásia. Está tudo descoberto e designado em livros ou documentos avulso.
José Martins
Parte do artigo teclado por Miguel Castelo Branco: "Aquela não era, certamente, a bandeira dos reis da dinastia, mas um estandarte militar. Só podia ter a ver com a existência de cristãos nas hostes reais de Mindon e Thibaw. Hoje, ao consultar o melhor sítio web dedicado a vexicologia lá a encontrei, com a seguinte nota de rodapé: "the flag shown here is the standard of the royal artillery who were mainly Christian Portuguese descendants". Depois, bastou compará-la com a bandeira da Ordem Franciscana e lá estava, sem confusão, o símbolo. Como foram os Franciscanos portugueses os primeiros a fixar-se na Birmânia (1660), aquela bandeira era, só podia ser, empunhada por católicos portugueses".
Posted by Jose Martins at 9:49 AM
4 comments:
Combustões said...
Senhor Martins
1. Eu não falei no Pegú, mas na Birmânia, duas coisas bem diferentes.O Pegú é Mon e faz parte da Birmânia pois foi, simplesmente, anexado. É como afirmar que China e Tibete são a mesma coisa. Os Mon chegaram a ocupar todo o sul da actual Birmânia, mas iniciaram regressão em meados do século XVI.
Para estudo sério recomendo, de Ana Marques Guedes, A "Interferencia e integraçao dos Portugueses na Birmania 1580-1630. Duas coisas distintas são, também, a fixação de ordens religiosas e a passagem de missionários. O sul da Birmânia foi tocado por jesuitas, franciscanos e dominicanos desde inícios do século XVI, mas a fixação deu-se bastante mais tarde.
2. Eu referi-me, claro, a último período da dinastia, com sedes em Ava eMandalay, ou seja, aos séculos XVIII e XIX.
3. Rangún (Yagon) foi sempre uma cidade marginal e sem qualquer importância política. Era um entreposto comercial e só ganhou relevância administrativa após a conquista integral na Baixa Birmânia pelos britânicos, em 1852.
4. Quanto ao "conhecimento" da história dos portugueses no sudeste-asiático há, sim, poucos, muito poucos livros, atestando a precaridade do conhecimento nesta região. Depois, como vou demonstrar dentro de 2 anos, há milhares de documentos de arquivo, relevantíssimos, que nunca ninguém tida lido, traduzido e estudado. O difícil é trabalhar em campo - nos arquivos e bibliotecas - estabelecer as concatenações e estabelecer as linhas gerais de interpretação. Nunca tal foi feito Senhor Martins, pois na parca bibliografia disponível (sobre os séculos XVIII-XIX e XX, amiúde pequenos artigos)não encontramos qualquer esforço de inovação.
11:09 PM
Combustões said...
Senhor Martins
Mais uma nota. Quando me refiro a "portugueses", faço-o de acordo com uma categorizaçãó étnica que perdurou na Ásia até à imposição pelos ingleses do termo "eurasians", este último dúbio. Portugueses eram todos os católicos da terra, convertidos por missionários do Padroado ou miscigenados. Portugueses de Portugal sempre houve muito poucos, quer aqui, quer na Birmânia, no Camboja ou no Vietname. Aliás, há um interessante livro editado em finais do século XVI, coisa rara de que há apenas um exemplar na BN de Portugal, com a relação da tripulação e passageiros que seguiam a bordo de um galeão do trato que partiu de Goa, tocou Malaca e seguiu para o Japão. A bordo, todos eram "portugueses", mas se atentarmos, eram, com excepção do capitão e de dois frades, todos indo-portugueses, luso-chineses, luso-malaios ou afro-asiáticos portugueses.
12:37 AM
Jose Martins said...
Caro Miguel,
Estou muito ocupado.
Dar-lhe-ei resposta depois do Natal.
Se estiver equivocado em cima dos meus conhecimentos darei a mão à palmatória.
Tenho mais informação, em arquivo, relativa.
OS PORTUGUESES NA BIRMÂNIA
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Como anteriormente já inseri aqui visito, regularmente, o blogue http://combustoes.blogspot.com/ de Miguel Castelo Branco sobre o trabalho de investigação que vai levando a cabo em Banguecoque.
A sua última investigação: "O Puzzle da História Desconhecida dos Portugueses na Ásia" ( http://combustoes.blogspot.com/2009/12/o-puzzle-da-historia-desconhecida-dos.html ) e porque encontro distorção, histórica, recomendo a Miguel Castelo Branco que clique no endereço a seguir (http://portugalnatailandia.blogspot.com/2009/12/portugal-na-birmania.html ) onde encontrará informação escrita por mim, em 1995 e publicada no semanário "Notícias de Gouveia".
Um trabalho minucioso onde está descrito que os missionários portugueses entraram na Birmânia, por cerca de 1600. Em 1998, três anos depois de ter publicado o meu artigo, numa viagem que efectuei a Rangoon (capital da Birmância) visitei uma biblioteca pública e onde adquiri a obra "A History of Rangoon", por B.R. Pearn, publicada pela "American Baptista Mission Press" - Rangoon, em 1939 e onde na página 33, refere a Felipe de Brito Nicote, ter entrado na Birmânia em 1600 e com ele, como óbvio, os missionários portugueses.
Tenho nos meus arquivos fotográficos imagens cedidas pelo Embaixador Mello Gouveia, que tirou (1983) às ruínas da catedral de Rangoon, junto à embocadura do rio do mesmo nome que teria sido mandada construir por Felipe de Brito Nicote.
A presença lusa, com Felipe de Brito, na Birmânia foi curta e reverteu numa tragédia. No entanto, neste país viveu, depois, uma pequena comunidade portuguesa, cuja imagens também tenho de dois túmulos onde em duas lápides estão gravados os nomes portugueses.
Não deixo que referir ao Miguel Castelo Branco que não há nada desconhecido sobre a presença dos portugueses na Ásia. Está tudo descoberto e designado em livros ou documentos avulso.
José Martins
Parte do artigo teclado por Miguel Castelo Branco: "Aquela não era, certamente, a bandeira dos reis da dinastia, mas um estandarte militar. Só podia ter a ver com a existência de cristãos nas hostes reais de Mindon e Thibaw. Hoje, ao consultar o melhor sítio web dedicado a vexicologia lá a encontrei, com a seguinte nota de rodapé: "the flag shown here is the standard of the royal artillery who were mainly Christian Portuguese descendants". Depois, bastou compará-la com a bandeira da Ordem Franciscana e lá estava, sem confusão, o símbolo. Como foram os Franciscanos portugueses os primeiros a fixar-se na Birmânia (1660), aquela bandeira era, só podia ser, empunhada por católicos portugueses".
Posted by Jose Martins at 9:49 AM
4 comments:
Combustões said...
Senhor Martins
1. Eu não falei no Pegú, mas na Birmânia, duas coisas bem diferentes.O Pegú é Mon e faz parte da Birmânia pois foi, simplesmente, anexado. É como afirmar que China e Tibete são a mesma coisa. Os Mon chegaram a ocupar todo o sul da actual Birmânia, mas iniciaram regressão em meados do século XVI.
Para estudo sério recomendo, de Ana Marques Guedes, A "Interferencia e integraçao dos Portugueses na Birmania 1580-1630. Duas coisas distintas são, também, a fixação de ordens religiosas e a passagem de missionários. O sul da Birmânia foi tocado por jesuitas, franciscanos e dominicanos desde inícios do século XVI, mas a fixação deu-se bastante mais tarde.
2. Eu referi-me, claro, a último período da dinastia, com sedes em Ava eMandalay, ou seja, aos séculos XVIII e XIX.
3. Rangún (Yagon) foi sempre uma cidade marginal e sem qualquer importância política. Era um entreposto comercial e só ganhou relevância administrativa após a conquista integral na Baixa Birmânia pelos britânicos, em 1852.
4. Quanto ao "conhecimento" da história dos portugueses no sudeste-asiático há, sim, poucos, muito poucos livros, atestando a precaridade do conhecimento nesta região. Depois, como vou demonstrar dentro de 2 anos, há milhares de documentos de arquivo, relevantíssimos, que nunca ninguém tida lido, traduzido e estudado. O difícil é trabalhar em campo - nos arquivos e bibliotecas - estabelecer as concatenações e estabelecer as linhas gerais de interpretação. Nunca tal foi feito Senhor Martins, pois na parca bibliografia disponível (sobre os séculos XVIII-XIX e XX, amiúde pequenos artigos)não encontramos qualquer esforço de inovação.
11:09 PM
Combustões said...
Senhor Martins
Mais uma nota. Quando me refiro a "portugueses", faço-o de acordo com uma categorizaçãó étnica que perdurou na Ásia até à imposição pelos ingleses do termo "eurasians", este último dúbio. Portugueses eram todos os católicos da terra, convertidos por missionários do Padroado ou miscigenados. Portugueses de Portugal sempre houve muito poucos, quer aqui, quer na Birmânia, no Camboja ou no Vietname. Aliás, há um interessante livro editado em finais do século XVI, coisa rara de que há apenas um exemplar na BN de Portugal, com a relação da tripulação e passageiros que seguiam a bordo de um galeão do trato que partiu de Goa, tocou Malaca e seguiu para o Japão. A bordo, todos eram "portugueses", mas se atentarmos, eram, com excepção do capitão e de dois frades, todos indo-portugueses, luso-chineses, luso-malaios ou afro-asiáticos portugueses.
12:37 AM
Jose Martins said...
Caro Miguel,
Estou muito ocupado.
Dar-lhe-ei resposta depois do Natal.
Se estiver equivocado em cima dos meus conhecimentos darei a mão à palmatória.
Tenho mais informação, em arquivo, relativa.
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